domingo, 4 de junho de 2006

Cachoeira da Fumaça

Acordo e vou ao refeitório onde me espera um arretado café da manhã cheio de gostosuras: mingau (o de tapioca com côco é uma delícia), mandioca cozida, banana com granola, frutas, sucos, o de goiaba direto da árvore plantada no jardim da pousada, frutas, um pãozinho assado na hora. De tão quentinho, derrete a manteiga, além de mel e queijo. Com tal sustância vai ser moleza encarar a caminhada até a Cachoeira da Fumaça, pois ontem Marivaldo me alertou que se trata de um ascenso íngreme com duração em torno de duas horas. E lá vou eu admirando os campos rupestres que vem a ser a vegetação predominante nas áreas pedregosas das serras, composta basicamente de ervas e arbustos de pequena estatura devido a um solo ácido e pobre em nutrientes orgânicos. A topografia acidentada apresenta grandes blocos de rochas areníticas e conglomerados de pedras calçando o terreno onde cresce a vegetação de forma descontínua. Admiro, enquanto vou subindo, várias espécies de orquídeas quando então chego na famosa cachoeira cuja altura atinge 380 metros. Chamam-na assim os nativos porque o vento dispersa a água que escorre pelos paredões alcantilados espalhando as gotículas em várias direções e tornando o ar meio brumoso. Quem se posiciona a sua frente é inevitavelmente atingido pela aspersão da água. Sabedora desse fato, uma turma de turistas estrangeiros veste coloridas capas de chuva enquanto fica tirando fotos e apreciando a portentosa queda d’água (cheguei à conclusão que essa gente é muito precavida, preferem carregar de tudo um pouco a passar qualquer dessabor). Bueno, na verdade eu já vi tanta cachoeira em minha vida que esta apesar de bem alta não me impressiona lá muito, não. Não é a altura que me chama a atenção nas cachus e sim o modo como as rochas se dispõem umas sobre as outras formando interessantes degraus no relevo. Ficamos um bom tempo lá em cima curtindo os Morros do Camelo e do Pai Inácio. Quando retorno à vila já são 16 horas. Como na pousada só servem café da manhã, me informo com Iuri, filho de Silvia, sobre os lugares legais onde posso comer, escolhendo então o restaurante de Dona Beli, localizado na rua principal. Como a maioria dos estabelecimentos comerciais, trata-se duma casa onde mora a família e em cuja sala da frente servem refeições. A comida tipicamente caseira não apresenta grande variação no cardápio porém é bem feitinha. Janto uma salada de tomates com alface mais pepino, arroz, feijão verde, farofa de cenoura e galinha com açafrão. Dos três dias em que lá comi, a comida servida foi basicamente a mesma. Mais do que da comida gostei foi do astral, porque as pessoas da casa vinham assistir à tv colocada num canto da sala, sentando-se do outro lado da mesa onde eu me encontrava. Se eu não tivesse falado com elas teriam permanecidas quietas assistindo à novela.  Apenas um comentário que outro, em voz sussurrante durante os intervalos, calando-se entretanto quando o programa retorna dos comerciais. Como não gosto de comer sozinha, adorei, aproveitando pra puxar conversa com as filhas de Dona Beli, umas mocinhas encabuladas e gentis.

Um comentário:

Anônimo disse...

num fui lá inda não, mais me disseram que é de fuder...