terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Conhecendo gente bacana!

Hospedados desde sexta na casa dos pais de Kaloca encontra-se um jovem casal de paulistas, o Cláudio, jornalista e fotógrafo, andarilho descolado com passagens pela América do Sul (cinco meses percorrendo vários países) e África onde trabalhou como guia durante mais de ano. Acompanhando-o sua namorada, Tati, professora de yoga e médica ayuvérdica. No sábado, à noite, junta-se ao grupo, vinda de Brasília, Bárdia, praticante não só de canionismo como de mergulho em cavernas. Decidida a continuar usufruindo de tão interessante companhia, repito dois dos passeios que fizera em janeiro: a trilha no Rio do Boi e o canionismo no Rapel do Café. Assim, no domingo, estou novamente percorrendo - nona vez! – o interior do Itaimbezinho. A travessia de uma margem a outra do rio do Boi obriga-nos a cruzá-lo repetidas vezes, o que se torna bem árduo em virtude de o curso d’água se apresentar mais cheio que o usual. Também pudera, depois de três dias de chuvas incessantes! A jararaca que eu vira em janeiro se encontra no mesmo lugar. Que imobilidade admirável! Perco o equilíbrio em várias das travessias, contudo a mão forte de meus companheiros impede que eu seja arrastada pela forte turbulência das águas. Chove um pouco durante a ida mas nada que nos force a recuar e desistir de nosso passeio que transcorre no maior astral. À noite, conforme o combinado, vão de carro os casais me pegar na pousada, e lá vamos os cinco jantar na Pizzaria Casarão, situada em frente à praça principal. Consente, generosamente, o dono do restaurante que o garçon abra a garrafa de vinho tinto chileno que eu trouxera da pousada sem cobrar rolha. Não nos alongamos muito na pizzaria porque amanhã teremos de levantar cedo pra encarar outro dia de pesada atividade física. Na segunda, os quatro, novamente, vão até a pousada de onde partimos rumo ao rapel do Café. Apesar da insistência, o casal de paulistas não nos acompanha. Explicam que o dinheiro é curto e declinam do convite. Fica combinado então que nos encontraremos no café do Valmor no final da tarde, após o término do canionismo. Eu, Bárdia e Kaloca entramos na trilha que conduz à primeira cachoeira e descemos as onze quedas em perfeita sintonia. Algumas vezes sozinha, outras acompanhada ora por Kaloca, ora por Bárdia (obrigada, pelas preciosas dicas....valeu, guria!!). Terminamos nossa aventura, compartilhando os cinco as gostosas guloseimas feitas por Marisalva, mulher de Valmor (destaque pra banana e mandioca fritas, cortadas em lâminhas finíssimas acompanhadas de uma cachacinha com ervas). Na terça, ah, na terça, resolvo tirar o dia pra descansar.... de leve, é claro! Acordo cedo e continuo deitada lendo um pouco mais o Niclevicz. Depois de meus habituais alongamentos, vou tomar café. Entabulo um papo com Valmir, a quem encontro no refeitório, também freqüentador assíduo da pousada. Gaúcho, revela-se uma pessoa das mais agradáveis. Viajante contumaz, aprecia roteiros alternativos, destacando-se dentre eles o do trekking até o acampamento base do Everest e o fascinante percurso da Rota da Seda (lembrem-se dos livros de história, gente! esta viagem foi nada mais nada menos do que aquela feita por Marco Pólo há trocentos anos atrás) com início no Casaquistão e término em Kashgar, na China. Despedimo-nos, afinal, cada um tem seus afazeres: ele vai fazer um pequeno trek num dos belos morros no entorno da cidade e eu à cidade rever alguns amigos. Pego a estrada da serra do Faxinal que conduz ao centro de Praia Grande, distante coisa de 3 km e passo na casa de Lucimar. Esta praiagrandense, por duas vezes, se aventurou e foi trabalhar nos EUA, embora já ultrapassados os 50 anos! Uma lástima, mas ela não se encontra, está na praia. Tento localizar a nova residência de Renata, uma guia com quem já fizera diversos passeios. Embora as pessoas a conheçam não sabem me dizer exatamente onde ela reside atualmente. Nem tudo está perdido, porém. Encontro casualmente Lucio, ex-prefeito de Praia Grande, figura simpaticíssima. Conversamos algum tempo com gosto sobre a política local. No retorno à pousada, aproveito e compro uns cadernos escolares pras minhas afilhadas no supermercado Magagnin. Afinal, um pouco de shopping não faz mal pra ninguém Descolo uma carona com um casal hospedado, como eu na pousada, e assim retorno a Porto já sentindo saudades do que deixei. Até mais Praia Grande .... me aguarde! Logo, logo estarei retornando!