sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

Retorno a Calafate

A viagem de retorno demora cerca de 4 horas, e o ônibus pára no meio do caminho, em La Leona, um pitoresco velho hotel encravado solitariamente no meio de uma árida planície, de onde se descortina o rio La Leona, localizado a uns 100 metros de distância do parador. Desço até sua margem pra procurar algumas pedrinhas; se interessantes, as recolho e as trago de lembrança. Sobre o balcão do estabelecimento estão expostos salgados e tortas de fabricação caseira e aparência apetitosa. Peço um café com leite mais um pedaço de torta de chocolate – enooorme -, de sabor excelente, prevenindo meu estômago para mais duas horas dentro do desconfortável velho ônibus que chega em Calafate às 22 horas, ainda com luz do dia. Essa cidade, por certo, é bem maior se comparada à Chaltén, mesmo assim pequena: sua população não ultrapassa 7 mil habitantes. Na rua principal, av. Libertadores, cortada ao meio por um canteiro cheio de arbustos em floração, encontram-se vários restaurantes, bares, cafeterias e lojas, onde circulam os turistas, olhando vitrines, espiando os preços nos menus expostos do lado de fora dos restaurantes, batendo papo na calçada, agitação essa que perdura até mais ou menos meia noite. A partir daí, o pessoal se recolhe porque turista de ecoaventura quer mais é aproveitar a luz do dia. Entro no Pietro’s, uma cafeteria com internet e peço café com leite e bourbon (descobri certas propriedades laxativas bem interessantes nessa mistura). Após escrever alguns emails, me mando pro hotel em razão do passeio no dia seguinte ao Glaciar Upsala. Apesar de ser num barco, durará o dia inteiro, e ficou acertado que passarão as 8 da matina para me buscarem no hotel. Afora isso, o cansaço da viagem naquele sacolejante ônibus já está se fazendo sentir, sem mencionar o meu calcanhar inflamado, pedindo encarecidamente um descanso. Hasta la vista, muchachos!

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