Acordo entusiasmada já que vamos fazer dois rapéis no Rio dos Couros, distante mais de 50 km de Alto Paraíso. Saímos da rodovia GO 118 e entramos numa estradinha de terra pra lá de esburacada e empoeirada. As árvores mais próximas estão esbranquiçadas do pó levantado pelos veículos que por ali trafegam. Não chove há meses no cerrado. A trilha que conduz ao local do primeiro desnível d
o rio dos Couros é curta, não mais de 2 km. Lá de cima enxergo uma sucessão de quedas e piscinas por onde o rio serpenteia formando um canyon cujo desnível atinge 300 metros. Inicio a descida do primeiro rappel - 25 metros – e dou uma resvalada na pedra molhada caindo de lado; respiro fundo e trato de me firmar na corda, encaixando os pés corretamente nas pequenas brechas entre as pedras. Consigo descer na boa enquanto Zói me incentiva fazendo a segurança num largo terraço situado mais abaixo. A outra descida, igualmente de 25 metros, entretanto é mais fácil porque desvia da queda d’água. Deslizar pela rocha seca é moleza, o pé não escorrega e me sinto mais segura. Atinjo um estreito patamar sem maiores dificuldades onde Íon faz meu backup até me enganchar na corda que desce até ao poço situado 12 metros abaixo. E lá vou eu deslizando a uma velocidade de aproximadamente 40 km/h quando bato com os pés n’água. Esquecendo de encostar o queixo no peito, levo um forte laçasso no pescoço. É minha primeira tirolesa e não curto muito, não. Prefiro mais rapelar. O pessoal que descera antes de mim estão, alguns deitados sobre os largos lajedos à beira do poço, enquanto outros sentam-se encostados num paredão alto e rochoso mais adiante. Pacheco nos convida pra ir até onde o rio dos Couros despenca num declive maior que os anteriores. Pra isso temos de cruzar a nado um largo e fundo poço até atingir a margem oposta de onde se avista o rio descendo abrupta e verticalmente sobre as rochas, perdendo-se de vista no canyon situado a uns 50 metros abaixo já que uma curva acentuada à direita o engole de vez nos desvãos dos paredões rochosos. Retornando ao lugar onde está estacionada a van, paramos para um último banho numa prainha coberta de areia fina e branca. O sol, já baixo
no céu imaculadamente azul, incendeia as rochas acentuando sua coloração ocre em contraste com o verde das árvores. O final de tarde tinge-se de azul, branco, vermelho e verde. Suspiro emocionada, estou apaixonada em definitivo pelo cerrado goiano! Não quero mais ir embora daqui, resmungo com meus botões. Porém o dia cede lugar à noite e estou eu agora em Alto Paraíso, num restaurante onde está rolando a festa oferecida pela Travessia em comemoração aos seus 10 anos de atividade. A música ao vivo faz com que eu levante da cadeira e comece a dançar apesar do cansaço do longo dia de atividades. A batida de maracujá feita pela Marcela está divina. Belisco uma delicada empadinha recheada de palmito e tomate: uma gostosura! E a lua cheia já perdeu um naquinho de sua superfície redonda. Mesmo assim ainda explode branca no escuro da noite.
.bmp)
.bmp)
Um comentário:
Tô morrendo de saudades!!!!!
Um beijo bem grande....
Volta logo....
Eu faço batida!!!!!
Marcela
Postar um comentário