domingo, 12 de abril de 2009

Nascer do sol na Pedro do Sino!

Acordamos às 4 e 30 pra ver o sol nascer no topo da Pedra do Sino. Dá um desânimo de levantar tenebroso. Quase desisto, porém meu espírito aventureiro vence a preguiça e o sono, e me junto ao pessoal que já está partindo. Gosto dessa coisa de caminhar à noite, ainda mais sob a luz das estrelas e do luar, esplêndido, no firmamento. E lá vamos nós trilha acima, portando nossas lanternas. Quando chegamos ao topo da pedra, já são quase 6 horas. E bate um frio danadinho. Embaixo, pontinhos luminosos denunciam as cidades de Guapimirim, dum lado, e a de Teresópolis, noutro, espantando um pouco a escuridão da madrugada. Pouco a pouco, a noite cede, relutante, sua vez ao dia. E o sol mostra, ainda, timidamente, no horizonte, aquela fímbria violácea, tão peculiar e vibrante, em certos amanheceres. Permaneço até o dia clarear, fotografando e curtindo o visual de dois picos: Dedo de Deus e Escalavrado. Abaixo, um oceano de nuvens paira escondendo a paisagem. Lindo, muito lindo o visual. Descemos, já dia claro, de volta ao refúgio. Preparo meu desjejum: uma massa miojo. Será minha única refeição até o término da caminhada, até porque não tenho mais nada além de um pacotinho com restos de nozes, castanhas e amêndoas pra comer. Saímos do refúgio 4 às 9:30. O sol permanece durante uma parte do trajeto, todavia, à medida que descemos, começa o tempo a nublar. Encontro na trilha um grupo de homens que pertencem à Associação dos Escaladores do Rio de Janeiro. Um deles, um senhor chinês já radicado no Brasil há 30 anos, é o professor. Com outro, de nome Carlos, entabulo conversa até que embarafustam por uma trilha que conduz ao Pico da Agulha do Diabo. Se vão escalar, não me disseram. Sigo meu caminho em meio à mata atlântica. Embora seja uma descida, é suave, não apresenta maiores dificuldades. Assim, os 11 km são moleza, se comparados com os dias anteriores, cujos percursos foram menores. A quantidade de flores é de tirar o fôlego. Delicadas e de cores variegadas me fazem parar de modo a admirá-las e fotografá-las. Passo ao largo de duas cachoeiras, minguadas d´água, nada de muito impressionante. Embora a travessia totalize apenas 27 km, foi a mais difícil, até agora, trilhada por mim. Exige muito das pernas e já sinto as coxas doloridas. Às 12:30, alcanço a portaria do Parque, em Teresópolis, e lá ficamos aguardando o resto dos retardatários enquanto conversamos. Há um ar de fim de festa. Sempre sinto um quê de leve melancolia quando um trekking termina. É a tal estória do “acabou-se o que era doce” mesmo que tenha pintado um sabor amargo em certas situações. Não importa porque “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, concordas, Pessoa? Embarcamos na van e antes de retornarmos ao Rio, paramos num restaurante pra comermos algo. Daqui se tem uma vista esplêndida do Escalavrado. Gosto demais dessa montanha. Alguns de nós clamam vigorosamente por um copo de cerveja. Já eu tenho ganas de beber uma taça de café com leite e peço, ainda, pra morder um tostado com lingüiça. Uma delícia o petisco! Chego em casa e o jogo do Flamengo rola solto na tevê onde todos assistem com concentração, inclusive meu filho, gremista convicto. Vou direto pro chuveiro, afinal, faz 3 dias que este corpitcho não vê água. Tô nem aí mas os outros....ah, os outros!!

Um comentário:

ronie disse...

oi Beatriz, realizamos novamente mais uma travessia PetroTere neste ultimo feriado de 01/maio/2009

http://roneymonte.cjb.net/gallery/petrotere_mai2009

beijos