sábado, 2 de abril de 2005

Rafting no rio Urubamba

Antes de partir pra Machu Picchu, já deixara agendado um rafting no Urubamba pra quando retornasse a Cusco. De manhã, o pessoal da agência me busca no hotel e lá me toco com mais um bando de jovens estrada afora. Chegando ao local, num certo ponto do rio, nos é servido um almoço leve. Comemos e descansamos um pouco. Começam os preparativos para a descida rio abaixo. Capacetes e coletes salva-vidas são colocados. Não é meu primeiro rafting. Eu já houvera feito um no Rio Paranhana, situado perto de Três Coroas, município do Rio Grande do Sul. Sabia mais ou menos o que tinha de ser feito. Mesmo assim presto atenção às orientações do instrutor. Embora a agência, nos prospectos, garantisse que os guias são bilíngues (espanhol e inglês), o cretino do guia fala o tempo todo em inglês, já que do grupo todo, composto de europeus e americanos, só tem eu de latinoamericana. Mas bah, não deixo por menos. Estrilo. O nojento do guia nem aí pra mim. Ignorando meu protesto, mantém a prosa em inglês (foi o único peruano realmente antipático e rude de toda a viagem). E dê-lhe a se fresquear o tempo todo prumas inglesas Eu me sinto deveras aborrecida e desrespeitada com aquela atitude e, não sei se por isso ou porque já sentia uma dorzinha apontando na região lombar, não curto muito o rafting. Ademais, a paisagem ao redor do Urubamba não é lá essas coisas e suas águas amarronzadas nada tem de atraentes. Ouso dizer que o rafting do rio Paranhana é bem mais excitante, já que o cenário avistado em suas duas margens – uma mata atlântica pra lá de linda – dá de dez a zero na do rio peruano. Ambos os rios são de nível II, portanto não oferecem grandes riscos, porém o brasileiro é bem mais estreito e raso, de águas límpidas e esverdeadas. Afloram à sua superfície, amiúde, rochas ora pontiagudas, ora arredondadas, seja a beira de suas margens seja atravessadas no meio de seu leito. Ora, isso provoca maior carga de emoção porque você fica com medo de se chocar contra elas. E dê-lhe se desviar dos rochedos durante a navegação. Sem falar do medinho que se sente ao imaginar que o barco possa virar numa manobra inapta. Terminado o passeio, voltamos pro ônibus. Durante a viagem de volta pra Cusco sou solenemente ignorada pelo guia que convida a todos - exceto eu - para ver a filmagem do passeio na sede da agência. Como se eu me importasse muito com isso....pufff! Quero mais é distância daqueles boçais que me trataram como uma turista de terceira categoria. Quando chegamos em Cusco contrato um chollo táxi e dou uma banda pela cidade pra me desforrar da frustração do malfadado rafting no Urubamba.

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