quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Reveillon en Bella Vista

Deixamos Ballena por volta de ½ dia porque, conforme meus cálculos, seriam apenas 27 km, previsão esta que se mostrou totalmente equivocada. Pedalamos o dobro porque mais uma vez ficamos “no mato sem cachorro”, indo e voltando à-toa, em razão de informações errôneas prestadas pela merda do hotel! Bueno, inicialmente, pedalamos 14 km na Interbalneária onde, no km 108 (a conselho do belo Arcangel), dobramos à esquerda, retornando à tranquilidade da Ruta 10 que retoma sua vocação de rodovia acostada ao litoral, sofrendo em Solis, entretanto, nova interrupção. E uma agradabilíssima surpresa nos aguarda: Horacio e Chicho estão nos aguardando com bebidas geladas e frutas. É aquele festerê! Pois não é que os fofos se tocaram de Minas, a 60 km de Piriapólis, só pra dar um alô pra gente?! Meu bom deus, quem tem amigos não morre pagão, never!! Sinto-me abençoada! Durante boa parte da tarde, nos acompanham de carro, tirando fotos e fazendo vídeos com nossas máquinas. Esta parte da costa uruguaia, cuja posse passa a ser do rio de La Plata, exibe-se engalanada por rochas à beira d’água e por dunas de areia branca que tornam muito atraentes os diversos balneários em seu entorno, como Punta Negra, Punta Fria, Punta Colorada, Piriapolis, Playa Verde, Bella Vista e outros. Alguns morros destacam-se dentre eles o inconfundível Pan de Azucar. O dia que começara lindo, com sol deslumbrante, vai nublando aos poucos, até que no meio da tarde o céu se torna escuro. Ventos fortíssimos fazem com que sejamos obrigadas a nos refugiar num restaurante ao lado duma marina. Aproveitamos a tormenta eu e Fátima para almoçar. Terminada a refeição, o sol pra nossa alegria, volta a brilhar e o céu exibe um azul impecável. Passando por Piriapólis, Josmara nos chama do interior dum restaurante onde se encontra o grupo do Rota Sul. Mais festerê com esses amigos! Mas não dá pra demorar muito porque nós temos ainda estrada pela frente enquanto eles permanecerão em Piriapólis pra curtir a virada de ano. Segundo as informações fornecidas pela Booking.com, a tal pousada localiza-se em Jaureguiberry. Ataco um cidadão pra obter infos. Muito gentil, o rapaz nos orienta a pegar a IB, passar pelo pedágio e, após cruzarmos o arroyo Solis Grande, entrarmos na primeira estrada à esquerda. E lá vamos nós no maior calor pra merda da IB, atravessando as 2 pistas com o cu na mão porque o movimento nesta rodovia é pesado. E aqui tem início a discórdia entre mim e Fátima acerca da localização do hotel. Buscando novas infos com um imbecil, dono dum restaurante, quase vou às vias de fato com o sujeito. Fátima, por sua vez, obtém informação completamente diversa da minha com dois sinhozinhos nativos que atravessavam a rodovia a cavalo. Informa que devemos retornar à Ruta 10 onde fica o Km 87, endereço da maldita pousada. Mantenho firme convicção de que devemos continuar pela IB porque a pousada fica em Jaureguiberry. Jo e Angelica não sabem bem a quem apoiar. Olham pra mim, olham pra Fatima e não dizem nem sim tampouco não. Na dúvida, pensam elas, fiquemos de camarote  em cima do muro, hahaha. Depois de muito bate-boca, a Monster ameaça que vai largar a gente de mão. Surge pedalando uma moça que, indagada, diz conhecer a dita pousada, o que é reforçado por um transeunte a quem as gurias, por sua vez, atacam. E a enxerida guria, ainda, se prontifica a nos guiar até o lugar. Daí não tenho outra alternativa a não ser segui-las porque até as vacilantes Jo e Angelica dão ouvidos à criatura uruguaia. Maldosamente, entretanto, torço para que ela, e consequentemente, a Monster estejam erradas. Com todas essas rateadas chegamos ao Bungallow Bella Vista, localizado não em Jaureguiberry e sim em Bella Vista, às 20 horas com o sol já quase se pondo no rio de La Plata. A recepção da pousada, curiosamente, fechada, sem vivalma pra nos recepcionar. Apenas um bilhete preso no vidro da porta-janela, avisando à sra Beatriz que o bangalô 10 está aberto e indicando 2 números de celular para contatar a sra. Virginia, caso necessário. Até aí até que estávamos tranqüilas. Mas quando entramos no bangalô, a indignação toma conta do grupo. Um cheiro de mofo horrível, um muquifo o lugar. A porta da geladeira, presa com um arame, é qualquer coisa de precária. Como nossa pousada fica ao lado de outra, vamos na recepção da pousada vizinha pedir pra telefonar porque nenhuma de nós habilitara celular pro exterior. Os funcionários muito amáveis fazem questão de frisar que não tem nada a ver com a nossa pousada embora no prospecto do Booking.com conste anúncio de que as piscinas são compartilhadas. Jô, por ser a mais calma, é escolhida pra telefonar pra tal Virginia e fazer as devidas reclamações. Enquanto isso eu e Fátima vamos a um mercado comprar bebidas e alguma comida pra nossa ceia porque a pousada - agora percebo - só aluga as casas e o resto que se virem os clientes. Quando voltamos, as gurias tinham conseguido novo bangalô bem mais apresentável, ulalalá. Fátima consegue convencer o parrillero do hotel vizinho a nos vender carne e salada. Cansadas que estamos, sem essa de ir a Piriapólis procurar restaurante pra comemorar a virada de ano. A parrilla muito sem graça - sem sal algum - está quase crua. E lá vão Jo e Ange devolvê-la para ser melhor assada. O que salva a festa são os vinhos - medio medio e um branco -, além, é claro, do maravilhoso espetáculo de fogos de artifício que ilumina toda a costa. O céu torna-se feericamente colorido de vermelho, prata, dourado e azul durante 30 minutos! Bem vindo 2015!!

Nenhum comentário: