Convido Enrique, o peregrino mexicano, também hospedado no hostal, pra dar um rolê em Tui. Ele aceita prontamente e lá nos tocamos pra margem direita do rio Minho onde se localiza aquela cidade espanhola. Saimos pela porta da Gaviarra, empunhando, prevenidamente, eu,
um guarda-chuva, ele, a capa de plástico de peregrino. A travessia entre Valença e Tui pode ser feita pela antiga ponte de ferro onde transitam veículos e pedestres ou pela moderna ponte ferro-rodoviária. Escolhemos a de ferro por ser mais interessante com sua estrutura metálica que lembra uma comprida gaiola. Quando chegamos no início da ponte, começa a chover às ganhas. Ainda tentamos avançar, pero se torna impossível continuar tamanho o volume de água que desaba sobre nós. Damos meia-volta, ambos frustrados, fazer o quê, né? Pois quando estamos nos aproximando da porta da Gaviarra, para de chover e uma réstea de sol aparece no ceu! Olho pra Enrique e digo "vamos voltar!". Ele fica, assim, meio indeciso porém diante de meu tom enfático, me segue e mais uma vez rumamos em direção à ponte. O rio Minho exibe na margem esquerda, a portuguesa, árvores com folhas de uma tonalidade lindamente amarelada. Da ponte, já dá pra observar o contorno da enorme catedral espanhola pois se ergue sobre uma
colina. Ao chegar a Tui, uma placa azul indica Espanha, outra a Comunidade de Galícia e a terceira que esta é a província de Pontevedra. Portanto, já estamos pisando em terras de Espanha...olé!! Seguimos por uma rua paralela ao rio e a imponente e maciça catedral torna-se mais e mais avistável. Fácil de achar o centro histórico, basta seguir rumo às torres do templo católico. Aliás, torres de igrejas são uma bússola pois, geralmente, são edificadas a boa altura pra que o bimbalhar dos sinos se faça ecoar claramente ao redor. A origem de Tui remonta a tempos romanos, demonstrando, assim, o poderio e alcance daquele império. A partir da catedral amuralhada, a cidade cresceu, tornando-se um centro cultural, econômico e militar. Suas ruas, como todas as cidades medievais, seguem traçados sinuosos e estreitos, um dos motivos por que foi declarada conjunto histórico-artístico. Conta, entre seu patrimônio arquitetônico, além da catedral de Santa Maria em estilo românico-gótico, com outras igrejas. Destaco
apenas a de San Francisco, porque foi a única onde entrei. O belo templo neoclássico surpreende por lindas estátuas de santos que adornam nichos espalhados pelas naves laterais. Tui, assim, como Valença, conta com uma pequena população em torno de 18 mil habitantes. Como venho a descobrir, estou numa zona que faz parte do traçado do Caminho Português da peregrinação a Santiago de Compostela. E Tui vem a ser um dos pontos de partida desta rota já que a distância até Santiago de Compostela perfaz apenas 120 km, ao contrário se o ponto de partida for Lisboa (600 km) ou Porto (280 km). Ideal pra quem não quer ou não pode demorar muito em chegar à Santiago. Embora o Caminho Português seja a segunda rota mais popular para Santiago de Compostela, continua a ser relativamente pouco concorrido. Pra receber a Compostela, o documento que atesta que você fez a peregrinação, tem de ter andado o mínimo de 100 km. Existem várias rotas para Santiago de Compostela, mas as mais conhecidas e percorridas são o
Caminho Francês (o mais famoso e lindo, saindo da França), o Caminho Português, o Caminho do Norte (pela costa norte da Espanha), o Caminho Primitivo (o mais antigo, saindo de Oviedo), o Caminho Inglês, a rota marítimo-fluvial e a Via de la Plata (do sul ao norte da Espanha, é o mais longo). Cada um oferece paisagens e desafios diferentes, mas todos levam ao mesmo destino: a Catedral de Santiago. Depois dessa enxurrada de infos históricas, vamos às minhas impressões pessoais sobre Tui. Pouco me agrada o centro histórico, pesado, em especial, a catedral, construída como uma fortaleza, que intimida e não acolhe como as igrejas em Valença. Batemos um pouco de pernas pelas ruelas atravessando passagens cobertas que desembocam em outras ruazinhas onde se tem, aí, sim, a bela visão do rio Minho. Vamos conferir o restaurante que Ernan indicara ontem à noite. Chegamos casualmente ao Viejo Caballo Furado cujo amplo salão é bem simples. Semelhante a muitos restaurantes europeus, oferece menu do dia que consiste
numa entrada, prato principal, sobremesa e bebida. Escolho de entrada "boquerones en vinagre" e de prato principal "merluza la plancha", de sobremesa "tarta de santiago" e um tinto pra acompanhar a refeição. A garçonete demonstra má vontade ao explicar, quando indagada, em que consistem certos pratos, como se eu tivesse a obrigação de saber a sua composição. Só demonstra simpatia ao trazer a conta. Não dou gorjeta pra rapariga! Após o almoço, vamos a cata duma loja China pra eu comprar uma usb pro meu carregador de celular pois esquecera a minha em Aveiro. Acho caro e retomamos a caminhada de retorno a Valença, eu mais Enrique. Pois não é que a chuva retorna com certa intensidade?! Ao passar por uma loja, tipo armarinho, vejo penduradas na porta as tais capas de plástico usadas pelos peregrinos. Entro e compro uma azul, cor do meu Grêmio. Como vou ficar mais alguns dias viajando e o tempo só promete chuva, preferível ter, além de guarda-chuva, uma capa que melhor protege da chuva. Enquanto atravessamos a ponte, retornando a Valença, abaixo, no rio, dois remadores conduzem seus caiaques acompanhados por um barco....devem estar treinando. Adios, Tui!!
um guarda-chuva, ele, a capa de plástico de peregrino. A travessia entre Valença e Tui pode ser feita pela antiga ponte de ferro onde transitam veículos e pedestres ou pela moderna ponte ferro-rodoviária. Escolhemos a de ferro por ser mais interessante com sua estrutura metálica que lembra uma comprida gaiola. Quando chegamos no início da ponte, começa a chover às ganhas. Ainda tentamos avançar, pero se torna impossível continuar tamanho o volume de água que desaba sobre nós. Damos meia-volta, ambos frustrados, fazer o quê, né? Pois quando estamos nos aproximando da porta da Gaviarra, para de chover e uma réstea de sol aparece no ceu! Olho pra Enrique e digo "vamos voltar!". Ele fica, assim, meio indeciso porém diante de meu tom enfático, me segue e mais uma vez rumamos em direção à ponte. O rio Minho exibe na margem esquerda, a portuguesa, árvores com folhas de uma tonalidade lindamente amarelada. Da ponte, já dá pra observar o contorno da enorme catedral espanhola pois se ergue sobre uma
colina. Ao chegar a Tui, uma placa azul indica Espanha, outra a Comunidade de Galícia e a terceira que esta é a província de Pontevedra. Portanto, já estamos pisando em terras de Espanha...olé!! Seguimos por uma rua paralela ao rio e a imponente e maciça catedral torna-se mais e mais avistável. Fácil de achar o centro histórico, basta seguir rumo às torres do templo católico. Aliás, torres de igrejas são uma bússola pois, geralmente, são edificadas a boa altura pra que o bimbalhar dos sinos se faça ecoar claramente ao redor. A origem de Tui remonta a tempos romanos, demonstrando, assim, o poderio e alcance daquele império. A partir da catedral amuralhada, a cidade cresceu, tornando-se um centro cultural, econômico e militar. Suas ruas, como todas as cidades medievais, seguem traçados sinuosos e estreitos, um dos motivos por que foi declarada conjunto histórico-artístico. Conta, entre seu patrimônio arquitetônico, além da catedral de Santa Maria em estilo românico-gótico, com outras igrejas. Destaco
apenas a de San Francisco, porque foi a única onde entrei. O belo templo neoclássico surpreende por lindas estátuas de santos que adornam nichos espalhados pelas naves laterais. Tui, assim, como Valença, conta com uma pequena população em torno de 18 mil habitantes. Como venho a descobrir, estou numa zona que faz parte do traçado do Caminho Português da peregrinação a Santiago de Compostela. E Tui vem a ser um dos pontos de partida desta rota já que a distância até Santiago de Compostela perfaz apenas 120 km, ao contrário se o ponto de partida for Lisboa (600 km) ou Porto (280 km). Ideal pra quem não quer ou não pode demorar muito em chegar à Santiago. Embora o Caminho Português seja a segunda rota mais popular para Santiago de Compostela, continua a ser relativamente pouco concorrido. Pra receber a Compostela, o documento que atesta que você fez a peregrinação, tem de ter andado o mínimo de 100 km. Existem várias rotas para Santiago de Compostela, mas as mais conhecidas e percorridas são o
Caminho Francês (o mais famoso e lindo, saindo da França), o Caminho Português, o Caminho do Norte (pela costa norte da Espanha), o Caminho Primitivo (o mais antigo, saindo de Oviedo), o Caminho Inglês, a rota marítimo-fluvial e a Via de la Plata (do sul ao norte da Espanha, é o mais longo). Cada um oferece paisagens e desafios diferentes, mas todos levam ao mesmo destino: a Catedral de Santiago. Depois dessa enxurrada de infos históricas, vamos às minhas impressões pessoais sobre Tui. Pouco me agrada o centro histórico, pesado, em especial, a catedral, construída como uma fortaleza, que intimida e não acolhe como as igrejas em Valença. Batemos um pouco de pernas pelas ruelas atravessando passagens cobertas que desembocam em outras ruazinhas onde se tem, aí, sim, a bela visão do rio Minho. Vamos conferir o restaurante que Ernan indicara ontem à noite. Chegamos casualmente ao Viejo Caballo Furado cujo amplo salão é bem simples. Semelhante a muitos restaurantes europeus, oferece menu do dia que consiste
numa entrada, prato principal, sobremesa e bebida. Escolho de entrada "boquerones en vinagre" e de prato principal "merluza la plancha", de sobremesa "tarta de santiago" e um tinto pra acompanhar a refeição. A garçonete demonstra má vontade ao explicar, quando indagada, em que consistem certos pratos, como se eu tivesse a obrigação de saber a sua composição. Só demonstra simpatia ao trazer a conta. Não dou gorjeta pra rapariga! Após o almoço, vamos a cata duma loja China pra eu comprar uma usb pro meu carregador de celular pois esquecera a minha em Aveiro. Acho caro e retomamos a caminhada de retorno a Valença, eu mais Enrique. Pois não é que a chuva retorna com certa intensidade?! Ao passar por uma loja, tipo armarinho, vejo penduradas na porta as tais capas de plástico usadas pelos peregrinos. Entro e compro uma azul, cor do meu Grêmio. Como vou ficar mais alguns dias viajando e o tempo só promete chuva, preferível ter, além de guarda-chuva, uma capa que melhor protege da chuva. Enquanto atravessamos a ponte, retornando a Valença, abaixo, no rio, dois remadores conduzem seus caiaques acompanhados por um barco....devem estar treinando. Adios, Tui!!
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