sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Uhuuuu......conseguimos!!

Dormimos no verão e acordamos no outono, tanto que esfriou de ontem pra hoje. O céu mantém-se quase totalmente nublado durante a manhã. Terminado o desaiuno, gostosinho, deixamos a pousada com instruções da gerente de pedalarmos um trecho de 300 metros na IB e, logo após cruzarmos o arroyo Solis Chico, dobrarmos à direita pra pegar a rambla que contorna o rio de La Plata, o que seguimos ao pé da letra. Tudo pra nos livrar da barulhenta rodovia. Quando vejo a estátua dum sapo à beira do arroyo, peço a Fátima que me fotografe ao lado do animal. No Facebook, registro o encontro pilheriando que finalmente encontrei meu príncipe encantado. Fico sabendo, posteriormente, por Mariângela, que o tal sapo se chama Ranulfo, personagem de estórias infantis apreciadíssimas pelos niños uruguaios.  A sugestão de seguir pela rambla revela-se uma dica preciosa. A estrada ao longo de 12 km atravessa uma zona ocupada por belas dunas e bosques de eucaliptos, percorrendo as praias Parque del Plata, Las Toscas, Pinares, Brava e Mansa, estas duas últimas pertencentes ao balneário de Atlântida. Neste balneário, bem maior que Floresta, fazemos uma breve incursão porque estamos a fim dum lugar onde possamos tomar um expresso. Abro um parênteses pra explicar que a cada lugar que conheço e me apaixono, sinto ganas de comprar casa. Se assim fosse, já teria a essa altura dezenas e dezenas de residências, hehe. Entramos num restaurante não sem antes perguntar se há wifi. Isso porque eu e Fátima, biriris internéticas, não podemos passar muito tempo desconectadas. De Atântida em diante, somos obrigadas a retornar à movimentada Interbalneária cuja única vantagem é contar com um belo dum acostamento. Cruzamos o largo arroio Pando onde, à sua margem direita, diversas pessoas pescam e nadam. O nublado do céu cedendo ao forte vento  começa a se exibir cada vez mais azulado. Isso mesmo o que vocês estão pensando! Continua a não nos dar trégua - desde ontem! - o sudestão! Resolvo, numa manobra pra tentar evitá-lo, não seguir pela IB e dobrar na avenida Giannattasio na ilusão de me livrar dessa porra de ventania. Qual o quê! Ele continua nos castigando com severidade. Paramos em um lugar chamado Pinar pra comer o sanduba que Jô, carinhosamente, preparara pra nós 4 ontem à noite. Dobramos então na avenida Eduardo Marquez Castro percorrendo 2 km, se tanto, até alcançarmos a rambla Costanera. Inicialmente, sem acostamento, tenso é o pedal neste trecho da estrada. Finalmente, respiro, aliviada, quando avisto a placa indicando a playa de Carrasco porque a partir daqui tem início o larguíssimo calçadão que vai até a Ciudad Vieja em Montevideo. Convido Fatima a pedalar nas internas do belo bairro cujas residências suntuosas mostram que ali reside gente abastada. Perto do cassino, paramos pra almoçar no restaurante Garcia, especializado em parrilla. Fátima pede um suculento rack de cordeiro super macio. Eu, nhoques com presunto e queijo. Bebo tanat, já a ex-tragoleu Fátima, 3 cervejas sem álcool. Santa Maradona e Garcia são de longe os melhores momentos gastronômicos da viagem até agora! Bem alimentadas, faceiras, seguimos pela rambla. Fátima, não contente de pedir que a fotografemos (dezenas de vezes durante o dia!), ainda instrui como devemos fotografá-la. No momento em que estou me preparando pra sacar a tal fotografia, uma moça avança em sua direção. Atônita, a Monster pensa, inicialmente, que a jovem está se oferecendo pra tirar a foto dela, diante de minha visível má vontade. Qual o quê, quer sair na foto. E outras 4 saltitantes muchachas, soltando alegres gritinhos de "yo también, yo también" rodeiam Fatima pra aparecer na foto. Essa é boa, Monster tem até fã clube uruguaio, hahaha. Os 18 km restantes de pedal até Punta Carretas, onde fica nosso hotel, é feito com um pé nas costas! Tão feliz estou por ter conseguido chegar a Montevideo que lágrimas afloram aos meus olhos enquanto no Ipod rola um baita tango que me emociona ainda mais! Bienvenida Biazita!

Um comentário:

Miriam Chaudon disse...

Amiga, e como são sinceras essas lágrimas de conquistas!
Emocionante!